Os vídeos da Dior

A pessoa fica um mês sem postar, e quando volta vai falar da mesma marca do último post. Se a gente fosse do conglomerado de blogs xis,  certeza que iam dizer que eu era paga por eles pra fazer isso (não que eu fosse achar um problema ser paga pela Dior)…

Brincadeiras a parte, a Dior, nossa maison-brand-whatever do coração, soltou esse mês dois vídeos fantásticos:  O primeiro, feito em Versailles e dirigido por nada menos que Inez e Vinoodh, os fotográfos holandeses que expuseram no SPFW no ano passado. Não menos amor é a escolha da trilha Enjoy the Silence com Depeche Mode, o resultado é esse aqui:

 

O segundo vai polemizar um pouco mais, tem a ver com “customizar” sua própria it-bag, nesse caso a Lady Dior. Achei a experiência do vídeo ótima e, talvez, se eu tivesse condições de ter algumas (aka várias) faria algumas intervenções sim, acho que personalidade própria em todos os casos é uma delícia. Porém, voltando ao vídeo, a Dior convidou a blogueira-ilustradora-fotografa Garance Doré pra viver essa experiência em Tókio e retratá-la de alguma maneira na sua Lady Dior.

Achei a idéia da ilustração, dos pingentes e da alça ótimas, to pensando seriamente em aderir na minha, alguém mais faria?

Top 5 – It Bags

O top five de hoje ficou longo, e com uma histórinha de moda em cada modelo. Juro que tentei ser o mais sucinta possível, mas não tá fácil pra ninguém falar do que gosta sem nadar na prolixidade.

#5 – Classic Box

No nosso quinto, porém nada desmerecido lugar, vou contar duas histórias: a primeira é a respeito de uma menina que no auge dos seus 15 anos começou a colecionar catálogos. Colecionar MUITOS catálogos e pedi-los incansavelmente pra várias marcas internacionais por e-mail (vocês que trabalhavam respondendo eles, obrigada pela paciência sempre, seus fofos!). Foi assim que a Céline entrou na minha vida, a marca na época me respondeu super rápido e super atenciosa me mandando vários catálogos (inclusive depois que eu parei de pedir).
Lembro até que um dos meus primeiros desenhos de rostos da faculdade foi em cima de uma foto deles, linda por sinal, parecia uma boneca!
Bom mas voltando ao foco, a Classic Box tem esse aspecto todo retrô, mas é relativamente atual. Tornou-se um dos modelos mais disputados nessas últimas temporadas de moda junto com um outro modelo da marca, e ganhou milhares de edições, além de várias versões inspired aqui no Brasil. O mais legal da Céline é que a marca, inicialmente em 1945, começou fazendo sapatos infantis. A linha de produtos cresceu e virou acessórios e calçados femininos durante os anos 60, e o infantil não existe mais. A empresa francesa foi comprada em 1996 pelo grupo LVMH (que detém pelo menos duas das marcas citadas nesse post) e pela sua equipe de design já passou até Michael Kors, atualmente quem rege a marca é a ex-Chloé, Phoebe Philo, que fez o prestigio da marca voltar desde a saída de Kors.
A segunda história, tem a ver com outro modelo, que vale um empate técnico (na minha modesta opinião). A Constance da Hermès, surgiu em 1959 e nunca caiu no esquecimento, foi o modelo escolhido por Jacqueline Kennedy Onassis pra levar pela vida toda. O nome, dizem alguns sites, foi dado como homenagem ao nascimento do quinto bebe de Robert Dumas-Hermès, já que o dia em que o primeiro modelo foi vendido foi o mesmo que seu bebe nasceu.

#4 – Speedy

Nossa quarta colocada é modesta em seu valor, mas foi a eleita por Audrey Hepburn e é facilmente uma das minhas favoritas (alô você que quiser me presentear, tô aceitando o modelo liso só com um monograma na lateral tamanho 30!). A Speedy é uma interpretação do modelo Travel Keepall da marca, e sua primeira edição foi feita em 1854! Nem existia o modelo com monogramas que só foi introduzido em 1896 pela marca. O corpo da bolsa é feito de algodão egípcio com verniz aplicado, o que a torna totalmente impermeável e as alças são de couro. Por ser um modelo clássico e prático, volta e meia aparece na mão de uma celebridade (e de uma amiga perto de você).

#3 – Lady Dior

A terceira colocada ganhou um update no nome, a antes chamada “Chouchou” recebeu o nome de Lady Dior em meados em 1995, quando a primeira dama da França, na época Bernadette Chirac, ligou para Maison Dior pedindo uma sugestão para presentear a Princesa Diana. A bolsa se tornou seu modelo favorito, e rendeu uma grande visibilidade do modelo, que vendeu quase 100.000 unidades naquela época.
Esse modelo da Dior ganha novas versões sempre, as últimas lançadas pra coleção de Spring Summer da maison são coloridas, tanto em couro quanto em tweed e com o padrão Cannage (o matelassê) estilizado.
A coisa mais linda são as campanhas atuais dessa bolsa, com a atriz Marion Cotillard. Os videos foram dirigidos pelo David Lynch e feitos em quatro cidades do mundo: Paris, New York, Shangai e Londres, ao que tudo aponta a próxima parada será Moscou!

#2 – 2.55

A história do nosso segundo lugar é tão revolucionária como da sua criadora. Coco Chanel disse estar cansada de carregar (e perder) suas bolsas nas mãos e por isso resolveu colocar correntes e levá-las ao ombro, e assim surgiu a incônica 2.55 em fevereiro de 1955. Entre as principais curiosidades da bolsa, as mais intrigantes são em relação ao seu matelassê (e todo seu processo de fabricação) que são manuais e existem mais de 180 processos antes dela ficar pronta, todos passando pelas mãos dos funcionários que trabalham a pelo menos 15 anos dentro da marca para produzi-la, e a fofura de saber que o bolso interno com ziper era para Coco guardar suas cartas de amor, pois na época ela estava tendo um caso amoroso.
Aliás, o modelo não é vendido atualmente pelas lojas Chanel, somente sua irmã mais nova Classic Flap (criada em meados dos anos 80 por Karl Largefeld), sua última edição foi no aniversario de 50 anos do modelo, em 2005, e a maneira mais simples de diferenciá-las é através do fecho: a Classic Flap é o C duplo, enquanto na 2.55 original o fecho é o Mademoiselle, retangularzinho. As alças também são diferentes, na original as alças são inteiras de corrente, enquanto na sua irmã caçula existe o detalhe do couro entrelaçado.

#1 – Birkin

O nosso primeiro lugar é também novinho: foi criado em 1984 e surgiu de uma “reclamaçãozinha” de Jane Birkin durante um vôo, no qual o então herdeiro e diretor da Hermès estava presente.
Jane se queixou de não existir, na época, uma bolsa grande, prática e moderna o suficiente para mulheres levarem suas coisas, meses depois chegou o modelo Birkin em suas mãos e virou uma das maiores vendas da empresa.
O modelo, que tem filas de espera e famosas colecionadoras, pode levar de 2 a 15 dias para ser produzido e também é inteiramente artesanal. O interessante de tudo, além de saber que pelo menos algumas vezes um SAC funciona (mesmo quando é feito com o diretor da empresa), é que o modelo foi inspirado na Kelly, outro modelo da marca, que recebeu esse nome em referencia a Princesa (e atriz) Grace Kelly.

Enquanto eu pesquisava eu reli um textinho falando sobre as dez marcas mais valiosas no mercado de luxo, dessas, três constam na nossa listinha de it-bags o que reforça a importância histórica e os valores desses produtos:
1º Louis Vuitton, valendo US$ 24,3 bilhões (e aumentando 23% do seu valor, que já era primeiro lugar no último ano);
2º Hermès, valendo US$ 11,9 bilhões (mantendo seu segundo lugar no último ano e aumentando 41% do seu valor);
3º Gucci, (que manteve o terceiro lugar, mas perdeu 2% de seu valor de mercado);
4º Chanel, valendo US$ 5,54 bilhões(manteve o quarto lugar, e aumentou seu valor em 23% seu valor)

Ainda na lista em ordem vem a Cartier, Rolex, Hennessy, Möet & Chandon, Fendi e Burberry (que está pela primeira vez na lista).